Quem é o Abelha da Lapa? Chefe e ex-presidente do conselho do Comando Vermelho

Trajetória do Abelha da Lapa 

Wilton Carlos Rabello Quintanilha, ou mais conhecido como Abelha da Lapa ou Mel. Atualmente, considerado pela justiça como o principal chefão da facção do Comando Vermelho em liberdade, e apontado como ser um dos idealizadores de invasões pela cidade.

Abelha da Lapa, tem como origem o território da Lapa, no centro do Rio de Janeiro. Uma das principais área turística e conhecida pela cidade. Pela importância, sempre foi relatada que existia uma alta lucratividade na venda de entorpecentes. Devido o poder aquisitivo dos frequentadores.

Abelha chefia o centro do Rio de Janeiro

Nas ruas, o Abelha era considerado chefão do tráfico na Lapa, com conexão no Morro Santo Amaro no bairro do Catete. Em 2001, aos 30 anos idade, foi preso pela Polícia Civil. 

De 2001 até 2021, 20 anos, foi o tempo que o Abelha ficou preso, e passou de um simples membro do Comando Vermelho e chefe de morro, para líder no "conselho" da facção. Uma célula que é responsável por disciplinar os membros e mediar brigas dentro da facção.

Em 2001, existem relatos que o Abelha se aproximou dos antigos chefões do CV nos presídios de Bangu, antes de líderes, como Marcinho PV, serem transferidos para presídios Federais, após a polêmica da rebelião de Bangu 1 em setembro daquele ano.

Subiu na hierarquia da organização do CV

Do presídio, o Abelha foi indiciado por organizar invasões em conjunto com outros chefes. Entre elas, a expressiva invasão do CV no Morro dos Macacos em Vila Isabel. Na ocasião, traficantes da Penha, Alemão, São João, Manguinhos, Mandela e Jacarezinho, se juntaram e tentaram expulsar os rivais facção dos Amigos dos Amigos. 

Na invasão, um helicóptero da polícia foi derrubado no confronto, e dezenas de chefes do CV foram indiciados, entre eles, o Abelha. Que foi transferido para presídio Federal de Catanduvas no Paraná.

Mesmo com Abelha detido, as bocas da Lapa eram administradas pelos seus homens. Entre eles, era o seu filho, conhecido como Pablo. Sem muitos registros sobre o Pablo. Foi preso pela primeira vez em 2011 com 18 anos, apontado como chefe da Lapa. O filho do Abelha saiu em liberdade futuramente, continuando na gerência da Lapa, e morreu em confronto com a polícia dentro do Complexo da Penha.

Há quem diga que a morte do Pablo deixou o Abelha mais rígido, que com o tempo, foi eleito o presidente do conselho da facção CV, organizando a facção na cidade do Rio de Janeiro. Do presídio, intermediava conflitos entre os chefes, organizava a famosa caixinha, que seria uma mensalidade entre os chefes.  

Por um tempo, com poucos líderes mais antigos do CV em liberdade. Nas ruas, apenas tinha chefes mais novos, que preferiam guerrear, roubos e bagunça dentro das comunidades.

A liberdade polêmica do Abelha

Até que em 2020, a secretaria de segurança pública, indiciou o Abelha como um dos mandantes do CV na invasão ao Complexo do São Carlos, contra a facção do TCP.

Até que em agosto de 2021 o Abelha saiu em liberdade pela porta da frente do presídio de Bangu. Mas sua soltura foi uma falta de comunicação entre funcionários da SEAP e o Ministério Público. Saiu do presídio pela porta da frente, mesmo tendo mandados de prisão pendentes. 

Secretário Raphael Montenegro é suspeito de negociar 'trégua' com criminosos do CV. A investigação afirma ainda que, três dias antes, houve uma festa de aniversário para Abelha com salgadinhos, refrigerante e bolo de aniversário. O secretário, segundo a investigação, esteve presente.

A partir do Abelha nas ruas, e considerado foragido pela justiça, percebendo o erro administrativo que aconteceu, foi considerado um dos chefes do CV á ser capturado.

Expansão do CV na zona oeste contra Milícia

Nas ruas, o Abelha firmou acordos com os frentes da Penha e Alemão, e criou o seu grupo, conhecido como "Tropa do Mel", estampado em camisas de futebol, coletes a prova de balas e adesivados em armamentos.

Como chefe do Conselho do CV,  tirou do comando o Cabral, apontado como Chefe do Morro do Andaraí, mas que não dava valor para os soldados. Entregou o comando para os soldados que eram criados na comunidade.

Dois casos polêmicos que envolveram o nome do Abelha foram;  tomar o controle do tráfico em Manguinhos, tirando o morro do traficante conhecido como Choque, e que estava preso, mas foi espancado e transferido pro seguro. 

Alegava que o Manguinhos estava bagunçado, desrespeitando as regras da facção. Com apoio da maioria do CV, tirou o controle do Choque e deu para os crias administrar, ao nome do bandido conhecido como Corolla.

Houve registro de mais punições acontecendo no Comando Vermelho, bem como contra o chefe do CV em Campos Elíseos em Duque de Caxias, que foi retirado do comando, por dever a facção. 

E o caso que deu mas repercussão, foi das crianças que foram executadas pelo tráfico no Castelar em Belford Roxo, com autorização do Piranha, o chefão da época.  Como deu repercussão nacional, o Abelha pediu explicações para o Piranha. Piranha mentiu para o Abelha e Doca.  

Mas descobriram que ele tinha conhecimento do caso, convocaram pra reunião na Penha.  Piranha nervoso, tentou matar o Doca, mas foi abatido. Todos do seu bonde foram jurados pelo Abelha no Castelar, e a maioria fugiu ou pulou de facção.

A inteligência da Polícia acredita que ascensão do CV nos últimos 2 anos no Rio de Janeiro, invadindo comunidades nos bairros do Campinho, Praça Seca, Itanhangá, Jacarepaguá e Nova Iguaçu, seria devido a organização imposta pelo Abelha, com aval dos chefões e dos frentes da Penha.

Queda do Abelha na organização

Devido as ordens e autorizações que estavam afetando membros antigos do Comando Vermelho. As punições sumárias do Abelha chegou no conhecimento dos membros permanentes do conselho que, pediram explicações e desfizeram decisões do grupo do Abelha.

Por ordens da alta cúpula, devolveram o comando da Favela do Manguinhos para os homens do Coroa, punindo o Corolla que, foi o sucessor assim que as decisões da cúpula do Abelha interviu em Manguinhos.

O fim foi a execução errada de médicos num quiosque na Barra da Tijuca na zona oeste. Foram confundidos pelos chefes da Milícia de Rio das Pedras e foram executados pelos traficantes da Gardênia Azul, por um bonde organizado pelo Lesk e seus comparsas.

Lesk foi um dos ex-Milicianos que foram aceitos no CV para tomar o controle da Gardênia Azul. A sua entrada na facção foi autorizada pelo Abelha e foi investido pela cúpula da Penha.

A execução teve repercussão nacional e manchou o nome do CV na mídia. Internamente, puniram os participantes dessa missão, Lesk e seus companheiros, e responsabilizaram Abelha e o Doca, os chefes que davam apoio na Gardênia Azul.

Segundo relatos, existiram conversas que queriam punir o Abelha por suas decisões sem consultar a alta cúpula. Quase que na mesma semana, apareceram informações que executaram o Paulo Muleta na Rocinha, apontado como chefe do "Bonde da Parma" e um dos chefões do CV mais expansionista na zona oeste.

Com informações desencontradas, entre as versões de dentro da favela, diziam que.. o PL caiu no tribunal da Rocinha ao executar um segurança do chefe da Rocinha sem comunicar ninguém, passando por cima da liderança do Bravo e Bambu, os frentes da Rocinha.

Outras versões que, o PL estaria conversando com membros do Terceiro Comando Puro em Duque de Caxias, mas nunca foi confirmado essa versão.

Após a execução surpresa do PL, na mesma semana, o Abelha sumiu do radar e parou de expor seus bondes em invasões e guerras.

Diziam que ele foi afastado do seu cargo de liderança da presidência da organização, e não poderia mexer na famosa "caixinha da facção"..

Atualmente o Abelha é considerado foragido, possuindo 8 mandados de prisão ativo. Com uma recompensa de R$ 1 mil no Disque-denúncia, por informações que levem a captura do chefão do CV.