Quem é o Doca da Penha? Conhecido líder da famosa Tropa do Urso do Complexo da Penha

Quem é o Doca da Penha

Edgar Alves de Andrade, ou Doca ou Urso da Penha, 54 anos. Apontado como chefe dentro do Complexo da Penha e uma das maiores lideranças do Comando Vermelho na cidade do Rio de Janeiro. Figura na lista dos mais procurados, com pelo menos 4 mandados de prisão expedido pela justiça.

Doca, natural da Paraíba. migrou para o Rio de Janeiro ainda criança para morar na Penha. Tinha contatos com os traficantes locais, mas primeiramente, optou por trabalhar e chegou a atuar como auxiliar de cozinha na zona sul da cidade.

Virou traficante aos 25 anos de idade, e alçou diversos cargos dentro da Penha na gestão do Elias Maluco. Doca chegou até o posto de gerente-geral, atuando ao lado do Mica, outro cria da Penha. 

Com perfil linha dura, que dá pouca margem para aceitar erros, o Doca ficou conhecido na Penha pela violência, e em 2007 foi preso na Vila Cruzeiro, dentro da Penha. Ao lado de 8 seguranças, trocou tiros por 11 horas contra a polícia, mas no fim se entregou.

Chegando ao presídio de Bangu, pelo cargo e a responsabilidade que tinha no Complexo da Penha, ficou nas alas de presos com cargos altos e lideranças dentro do Comando Vermelho, e ficou amigo do Abelha, um dos membros do conselho da facção no Rio de Janeiro.

Inicio da gestão do Doca na Penha

Doca foi libertado em 2017, após um benefício. Voltou para o Complexo da Penha ocupando o mesmo cargo de antes, o Frente da comunidade, pela amizade com Elias Maluco e Marcinho PV, que até os dias atuais se encontra em presídio Federal.

Nas ruas, o Doca acumulou mais de 77 anotações criminais e com processos com mais de 100 folhas, o Doca virou dono do tráfico na comunidade do São Simão em Queimados. com apoio da Penha.

A gestão do Doca na Penha, marcou um retorno do famoso Complexo da Penha em disputas por territórios na cidade. Doca investiu em disputas em Belford Roxo, e conseguiu tomar o controle da comunidade da Palmeira. Após, se tornou o dono do tráfico no Morro do Castelar, ao lado do seu comparsa, o Piranha.

Doca investiu numa disputa contra os Milicianos em Brás de Pina, e conseguiram expulsar e tomar o controle das comunidades do Quitungo e Guaporé. Inclusive, guerreando contra os rivais do TCP.

Rivalidade Doca e Peixão

Da Penha, Doca chegou enviar soldados para retomar o controle da Cidade Alta e 5 Bocas em Brás de Pina, comunidades dominadas pelo TCP, e pelo chefão da Parada de Lucas, o Peixão.

Inclusive. Com a rivalidade criada contra o Peixão na região da Penha Circular, Cordovil e Brás de Pina, o Doca trocou o seu apelido, e começou a ser chamado de Urso da Penha.

Esse apelido foi criado para contrapor o apelido do principal rival, o Peixão. Na cadeia alimentar o Urso se alimenta do Peixe, e por isso adotou o apelido. Que por anos foi confundido com o apelido do Pedro Bala, outro chefão do CV, que também é conhecido como Urso Panda.

A rivalidade entre Peixão e Doca, saiu da região da Penha, e ganhou capítulos em Queimados, entre as comunidades do São Simão e Torre, e depois em Nova Iguaçu.

Com recursos da facção e da Penha, o Doca foi o principal investidor na retomada das comunidades em Japeri, bem como, acolheu os traficantes do Complexo do 18, que foram responsáveis por tomar o controle dos Morros Barão, Caixa D'água, Menezes e Divino.  Deram de presente de aniversário para o Doca.

Em 2020, a liderança do Doca foi colocada em pauta. Os seus gerentes executaram 3 crianças por causa de roubo de passarinho na comunidade do Castelar em Belford Roxo.  Por causa da repercussão na imprensa, o conselho do CV pediu explicações, e o Doca pediu explicações para o Piranha, seu braço direito e os gerentes que atuavam no Castelar.

Expansão do CV na zona oeste 

Em 2021 pela porta da frente, foi solto o Abelha, membro do conselho da facção.  Nas ruas, ele foi administrar as finanças do CV ao lado do Doca, seu amigo de presídio.

Abelha colocou mais disciplina e união entre as favelas do CV no Rio de Janeiro. Cobrando os chefes que não contribuía com a caixinha, e tomando as comunidades de chefes que feriam o estatuto da facção CV, assim como aconteceu em Manguinhos, Andaraí, Pavão-Pavãozinho e Cantagalo.

Doca e Abelha pela importância que tinha na facção. Ambos se escondiam entre a Baixada e a Rocinha. Inclusive, a polícia rastreava os celulares e sabia os passos dos chefões, mas não conseguiam realizar captura.

Enquanto isso a polícia queria os responsáveis pela execução das crianças no Castelar, e novamente o Doca foi colocado como culpado.  Numa reunião do CV dentro da Penha, o Doca pediu explicações corretas para o Piranha. Entretanto, ele tentou agredir o Doca, inclusive, tentando sacar a sua arma.  

Piranha foi executado no alto da Penha, e no Castelar, deram as ordens para executar todos os comparsas do Piranha, não importasse o cargo dentro da favela.

Como frente e respeitado na Penha, Doca investiu na expansão do CV em Jacarepaguá, Tanque, Taquara e até em Nova Iguaçu. Atualmente, o CV dominou a Gardênia Azul, expulsando a Milícia local.

Existem relatos que para concluir a expansão do CV em áreas da Milícia na Baixada Fluminense, o Doca convenceu a sua facção em fazer negócios com Milicianos que são rivais das comunidades alvo. Fato inédito, porque o CV historicamente é conhecido por não negociar com Milícias.

Mesmo com a sua periculosidade e importância no narcotráfico carioca. O site dos Procurados oferece uma recompensa de apenas R$ 1 mil atualmente, por informações que levem a captura do Doca.