Quem foi Matemático? Batgol um dos chefões do Terceiro Comando Puro do Complexo da Coréia

História do Matemático da Coreia 

Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, também conhecido como Batgol. Foi líder do tráfico no Complexo da Coréia em Senador Camará na zona oeste do Rio de Janeiro, e principal chefão da facção TCP. Conhecido nacionalmente pela a caçada cinematográfica que a polícia fez contra ele.  

Inteligente, Sagaz e articulador, o Matemático, era homem de confiança e organizava as finanças do tráfico em Senador Camará para seu chefe, o traficante Robinho Pinga, apontado como um dos fundadores do Terceiro Comando Puro.

Por sua facilidade com contas e organização financeira, e por ter cursado períodos de faculdade, ganhou o apelido de Matemático e subiu na hierarquia de Senador Camará, se tornando o segundo homem da favela. 

Início do Matemático

Batgol era considerado como alta periculosidade pela segurança pública, antes de ser o número 1, tinha sido preso em 2004, mas conseguiu o benefício pra sair pra trabalhar numa funerária, mas isso nunca aconteceu e se tornou foragido desde então.

Em 2005, Robinho Pinga, seu patrão, foi capturado na cidade de Sorocaba no interior de São Paulo. Na época, era apontado como um dos maiores fornecedores de cocaína do estado do Rio de janeiro. Com o Pinga na cadeia, iniciou o reinado do Matemático em Senador Camará como sucessor do Robinho Pinga, organizando o tráfico para ele e virando o "frente" de tudo na zona oeste.

Na sua gestão, mudou seu apelido para Batgol, em alusão ao personagem Batman e sua habilidade no futebol. Firmou parcerias lucrativas com os membros do TCP de toda zona oeste, Acari, Dendê, Muquiço e Baixa do Sapateiro.  Na sua favela, andava cercado de seguranças em vários perímetros, e não andava fortemente armado, apenas com a sua pistola e evitava usar cordões de ouro pra não chamar atenção de possíveis informantes, ou X9.

Em 2007 o Robinho Pinga faleceu na cadeia, devido um tumor cerebral, e deixou todo seu império para o Batgol. Sem ninguém para prestar contas e da cadeia, Matemático ordenou as invasões na Vila Kennedy, controlada pelo CV e as guerras contra os Milicianos no mesmo ano. Quem organizava de perto para ele, eram os frentes conhecidos como Tola, na Vila Aliança e o Aranha no Complexo da Coréia.

Invasão ao Complexo da Maré

Em 2009 o Batgol ganhou a liberdade e marcou a história do crime carioca. Em parceria com Facão, expulsou os rivais da facção Amigos dos Amigos do Complexo da Maré, patrocinando uma guerra por território que duraram longos 4 meses, com dezenas de presos e mortos. 

Chegou até negociar compra de drogas em parceria com os chefões do Comando Vermelho e Amigos dos Amigos. Nas escutas feitas pelos policiais, ele alegava que focava apenas na qualidade e lucro, e não tinha rivalidade nesse questão de comprar do mesmo fornecedor dos rivais de facção.

Organizou invasões na Vila Kennedy, assim que aceitou refugiados da comunidade, que traiu o CV e pulou pro TCP na Vila Kennedy. Seus feitos lhe deram muita mídia no Rio de Janeiro, e a sua caçada foi iniciada pela polícia. Seu valor no disque denúncia era de 10 mil reais.

Cercos da civil e federal eram montados em Senador Camará para captura-lo, e sempre com muitos confrontos. Batgol costumava dormir cada dia em uma casa diferente, e ordenava seguranças em todo seu quadrante para não ser preso.

Fim do Batgol 

Em maio de 2012 chegou o seu fim, numa caçada feita pela Polícia Federal, Bope e PM. Usaram um helicóptero com visão noturna e equipamentos de calor, e com informações da inteligência, conseguiram saber o esconderijo do Batgol e o carro que ele estava no momento.  Do alto, alvejaram seu veículo num trajeto de 1 quilometro de perseguição.

Baleado, seus seguranças abandonaram o carro com seu corpo fora da comunidade, e minutos depois foi encontrado pela polícia, que atestaram que era realmente o Matemático. Houve uma comoção na comunidade, e denúncias que os tiros do helicóptero acertaram casa de moradores e inocentes.

A operação para pegar o Matemático foi tida como um troféu pra  segurança pública, mas muito criticado na  imprensa e por especialistas da época. As imagens foram mostradas no Jornal Nacional da TV Globo com muita repercussão negativa. Um morador que foi atingido por estilhaços nessa caçada, processou o  estado e conseguiu uma indenização.

Batgol foi dado pelo braço direito

Os homens de confiança do Batgol suspeitaram a eficiência da polícia em encontrar seu carro, e dentro da cúpula do TCP, iniciaram uma busca por um informante dentro do bonde e encontraram. Quem entregou o Matemático segundo a facção, teria sido o seu braço direito, conhecido como Umbigão ou Barriga.  

Com um perfil extremamente violento, assumiu na sucessão o Complexo da Coréia, e colocou seus homens de confiança em cargos maiores. Ao saberem que ele entregou o Matemático, sua cabeça foi pedida na facção e semanas de confrontos aconteceram dentro da facção para pega-lo. 

Foi metralhado pelos soldados da Vila Aliança, na fronteira entre a Vila Aliança e Complexo da Coréia, e sua foto sem cabeça virou troféu dentro do TCP com aval de todos os chefões.