Quem foi o Aritana? Chefe antigo do Morro do São Carlos no Estácio

História do Aritana do São Carlos 

Gilson Ramos da Silva, ou mais conhecidos como Aritana. Chefão que dominou por  dois curtos e intensos anos o Complexo do São Carlos na região central do Rio. Integrante da facção do Amigos dos Amigos, ficou conhecido pelas guerras com rivais e seu modo de agir no morro.

Aritana, de boa aparência e com pinta de Playboy, se cresceu no crime sendo integrante do famoso "Bonde do Gangan". Um grupo que ficou famoso no Morro do São Carlos, conhecidos pela crueldade que agiam com os rivais e moradores que fossem contra eles. Esse bonde era liderado pelo Gangan.

Aritana fazia parte da liderança do tráfico dos morros do Querosene e Zinco, e assim que o Gangan foi morto em 13 de outubro de 2004, o Aritana foi o sucessor de todo o Complexo do São Carlos.

Gestão Aritana no São Carlos

Como dono do Complexo do São Carlos, sua gestão foi conhecida por existir muito enfrentamento contra os rivais do Morro da Mineira, que na época era do CV, e é morro vizinho ao São Carlos.

Bonde do Aritana costumava invadir o Morro da Mineira, e sempre capturavam um traficante ou morador com participações com o tráfico. Levavam para o São Carlos e davam fim no micro-ondas. Essa crueldade com os rivais, foi herança deixada pelo seu antecessor, o Gangan, e os soldados levavam a risca.

Invasões ao Morro da Mineira

Em dezembro de  2004, o bonde do Aritana subiu no Morro da Mineira, trocou tiros contra o CV, em seguida, saíram da comunidade e obrigaram os Garis levar os corpos para os acessos do morro, e deixaram de frente ao Sambódromo do Rio de Janeiro.  Esse caso colocou Aritana no foco da polícia.

Na caça do Aritana, os policiais costumavam realizar operações e infiltrar informantes, que ficam próximo ao grupo filmando as ações dos traficantes do São Carlos. Inclusive, um dos vídeos, flagraram o Aritana andando com sua moto Twister e com um Ak47 nas costas, e sem seguranças por perto.

A partir desse momento, as autoridades descobriram as audácias do Aritana, que sempre tinha o costuma de andar de moto no São Carlos sem segurança nenhuma, no máximo, andava com seu próprio armamento.

Por volta de 2005, o São Carlos foi um dos esconderijos do assaltante mais conhecido do Rio, o Pedro Dom. Pela amizade que o Pedro Dom tinha na Rocinha e Complexo da Maré, recebeu o benefício de ser acolhido pelo Aritana no São Carlos.

Rivalidade do São Carlos contra a Providência

Em 2006, esquentaram as rivalidades entre o bonde do Aritana do São Carlos, contra o bonde do Dão da Providência, ligados ao Comando Vermelho. Os dois grupos se ameaçavam tomar os territórios, mas para o Aritana, o mais importante era tomar o controle do Morro da Mineira.

O reinado do Aritana terminaria em 16 de março de 2006, resultado de uma operação policial certeira. Cerca de 22 policiais do BOPE e 35 policiais do 1º batalhão do Estácio, subiram no Morro do São Carlos para pegar o Aritana.

Fim do Aritana

Com informações de todos os integrantes do Bonde do Aritana, inclusive que abrigava o Roupinol, chefão de Macaé que estava escondido lá, o policiais cercaram o Complexo do São Carlos e acharam o Aritana.

Estava fugindo na sua Honda Twister e armado com sua tradicional AK47 e um segurança na garupa. Houve uma troca de tiros. Foi encaminhado para o hospital e não resistiu aos ferimentos.  Com anúncio da morte do principal chefão do São Carlos, houve uma comoção e mais de 300 pessoas foram no seu enterro.

Os sucessores do Aritana foram os traficantes Coelho, sobrinho do Gangan, e Roupinol, chefão de Macaé que abastecia o São Carlos com o melhor pó do Rio de Janeiro na época.