Quem foi o chefão Aranha? Antigo líder do Terceiro Comando Puro no Complexo da Coréia na zona oeste

História do Aranha da Coréia

Juarez Mendes da Silva, ou mais conhecido como "Aranha" ou "Tabaca". Atuou como chefe nas comunidades do Complexo da Coréia em Senador Camará, na zona oeste. Integrante do Terceiro Comando Puro, foi protagonista do documentário inédito dentro da Coréia que rodou o mundo.

Início do Aranha da Coréia

Aranha como era conhecido. Nascido e criado no Complexo da Coréia na zona oeste. Antes de se envolver no crime, trabalhou informalmente na comunidade, mas pelas dificuldades financeira, começou a se envolver no tráfico da comunidade.

Em 2004, o Aranha participou dos bondes que conseguiram tomar a comunidade do Sapo, em Senador Camará. Expulsando o "bonde do Mineiro" ligado ao Comando Vermelho, que optaram por fugir para Cidade Alta em Cordovil e comunidades do CV no mesmo bairro.

A trajetória do Aranha começou a ter destaque após a morte do Robinho Pinga em 31 de dezembro de 2007, devido a câncer cerebral. Na época, quem já assumi a chefia era o Matemático ou vulgo Batgol.

  

Aranha era integrante do "Bonde do Batgol", e assim que ele foi preso, entregou o cargo de "Chefia" para os comparsas da linha de sucessão, e o Aranha ganhou o cargo de gerente geral na mais de 10 favelas do Complexo da Coréia

Entretanto, nem tudo era flores em Senador Camará.  Assim que morreu o Robinho Pinga, chefão do TCP, os traficantes da Parada de Lucas, que também eram TCP, queriam pegar a comunidade da Vila Aliança para eles, na época, por entender que era de direito, porque o Pinga vivia na zona norte.  Aconteceu uma guerra entre Vila Aliança e Parada de Lucas, e a Vila Aliança saiu vencedora, com o Tola e seu bonde dominando para os crias da comunidade.

Naquele momento, o traficante Tola, nascido e criado na Vila Aliança, se tornou frente da comunidade na marra, ganhando apoio dos soldados. Ali do lado na Coréia, o Aranha subiu na hierarquia e virou chefe junto com Tola, contando com seus gerentes, os traficantes Léo Vascão, Claudinho Nonô e Batata.

Aranha liderou guerra contra Milicianos

Por volta de 2007, houve uma guerra entre Milicianos e traficantes em Senador Camará. causando um derramamento de sangue nas ruas da Coréia. Guiados pelo Aranha, ele conseguiu vencer e ganhou mais moral dentro do TCP.

Sua gestão no Complexo da Coréia, era querido pelos moradores. Aranha ajudava a comunidade, fazia construções de parquinhos, e proibia o uso de drogas em praça públicas e perto das crianças, sujeito a cair no tribunal do tráfico.

 

Com muita moral no TCP, o Aranha tinha parceria com o Fernandinho Guarabu e Gil, chefões do Morro do Dendê, e tinha um apoio da comunidade do Acari. Como era frente apenas do Complexo da Coréia, ele mantinha negociação com todos os parceiros do Matemático, ainda preso.

O ano de 2008 foi a época que o Aranha foi virando alvo de operações policiais. Muito pelas mortes que participou contra as Milícias anos anteriores, e tomando operação de rebote, porque ali do lado, na Vila Aliança, o seu comparsa, o Tola, estava matando muitas pessoas, a maioria moradores. expulsando e tomando casas, e fechava todas as ruas da Vila Aliança, chamando operações semanalmente.

Aranha participou de Documentário

Nesse ano, o Aranha aceitou receber uma equipe de documentário do Reino Unido, dirigido pelo Jon Blair. Na época, o pastor Dione, cria da Coréia, acompanhou por semanas a vida do Aranha. Tudo foi retratado no documentário "Dançando com Diabo", lançado em setembro de 2008.

Nesta época, o Aranha estaria quase se convertendo e largando o tráfico. Dizia que tinha parado de se drogar, parado de matar pessoas que vacilava dentro do seu grupo, ou rivais, e que queria ir pra igreja e ter uma vida normal.  Entretanto, sua ficha criminal era longa. Como era apenas frente da Coréia, ele não tinha esse poder de apenas largar tudo. Teria que pedir para o dono, o Matemático.

Ainda na época do Documentário, o Aranha costurou um acordo de "Paz" com os rivais do Comando Vermelho que dominam a Vila Kennedy no bairro de Bangu, ao lado da Vila Aliança. 

Mas o documentário não mostrou só coisas boas dele. O Aranha revelou que pagava muita propina para os polícias, e obviamente, isso desagrada as autoridades, porque afinal, toda favela paga o famoso "arrego".

Enfim, o documentário foi lançado apenas na Europa, no Reino Unido. Mas com a internet e o mundo globalizado em 2008, rapidamente veio para o Brasil, e foi vendido até em DVD nas barracas de feira. 

O Aranha, e o Tola, e o tráfico do Complexo da Coréia, foi para o mundo e para o Brasil inteiro, mas desagradou o chefão Matemático, que estava ainda preso, e supostos polícias corruptos. Dalí pra frente, foram inúmeras operações para capturar o Aranha.

Em setembro de 2008, a polícia recebeu a denúncia que o Aranha teria mandando fechar o posto de saúde da Vila Aliança. Na época, existia a denúncia que ele teria contraído o vírus HIV, e foi no posto, pedindo a lista de todas as pessoas infectadas do Complexo da Coréia. Obviamente, iria executar quem passou para ele.

O posto de saúde ficou fechado por segurança, e a polícia realizou diversas operações para capturar o Aranha. A Delegacia de roubos e furtos conseguiram encontrar um das casas do Aranha, e encontraram remédios de quem tem HIV, confirmando que a denúncia era verdadeira. 

Apreenderam também 2 Jacarés, que ele usaria para amedrontar e sumir com o corpo dos desafetos.  Na época, o Aranha ameaçou processar o Jornal Extra pela matéria sobre, alegando que era tudo mentira.

Nessa época, ele teria desistido da ideia de sair do crime e ir pra igreja. Doente, decidiu viver sua vida no crime até o final no Complexo da Coréia.

Fim do Aranha

Em março de 2009 foi o Fim do Aranha. Ele foi morto em confronto com os polícias na entrada da Vila Aliança, foi levado para hospital e não resistiu. Na época, ele foi morto junto com seus 2 seguranças. A polícia disse que foi confronto, mas os moradores diziam ao contrário. Informavam que ele foi executado.

Existiam versões controvérsias.  Umas que, o Aranha foi entregue pelo Tola, frente da Vila Aliança. Outras que, o Matemático não gostou de mostrar a sua quadrilha no documentário.  Outros que, o Aranha revelou que pagava a propina para corruptos.