Quem foi o Linho? Um dos fundadores do ADA e chefão dos anos 90

História do Linho

Paulo César Silva dos Santos, ou conhecido como Linho ou Chucky. Chefão do tráfico no Rio de Janeiro nos anos 90 e 2000, e que teve um fim bem contraditório.

Linho, como era conhecido, e ostentou o cargo de liderança na facção Amigos dos Amigos, além de ser um dos maiores assaltantes e sequestradores nos anos 90, foi nascido e criado no bairro da Fazenda Botafogo na zona norte do Rio de Janeiro.

Desde cedo começou a praticar assaltos na região, começando em pequenos delitos, até assaltos á lojas, farmácias e automóveis. Até começar a ganhar fama no Rio de Janeiro, e se encostado nas facções criminosas que começavam a crescer na cidade.

Início do Linho no crime

Segundo relatos, antes do Linho ser o famoso chefão do ADA, era integrante de um grupo conhecido como "comando caipira". Um grupo que focava em sequestros no Rio de Janeiro. Nessa época, conheceu o chefão "Kito", integrante do Terceiro Comando, e começou a frequentar as favelas do Complexo da Maré.

Na ocasião, Kito tentava expulsar o Odir, integrante do Comando Vermelho dentro da Vila do João, numa guerra sangrenta que marcou a época. Odir perdeu o controle, Kito assumiu e logo foi preso. os sucessores do Kito foram os bandidos Duda Pão Doce e Buda do Acari, mas morreram com o tempo e o comando caiu nas mãos do Linho, homem de confiança de ambos. 

Na época, o Linho assumiu a liderança na Vila dos Pinheiros e após a briga entre os traficantes Rato e Betinho, assumiu também a Vila do João, ambos na Maré. Usava as comunidades como descarga de assaltos na Linha Vermelha e Avenida Brasil, e distribuição de drogas pela Baía de Guanabara.

Fundação da facção Amigos dos Amigos

Nesse meio tempo, houve a criação da facção Amigos dos Amigos na cadeia, idealizada pelo Uê, Gangan, Celsinho e Linho, com outros membros aderindo a nova facção com o tempo.  Entendendo que deveriam combater o Comando Vermelho na cidade, construíram uma aliança com o Terceiro Comando, e tudo virou TC e ADA.

Linho mandava da Vila dos Pinheiros até a Vila do João, na Baixa do Sapateiro e Timbal, e futuramente, virou chefão no conjunto de comunidades da Pedreira em Costa Barros, pela sucessão do Duda Pão Doce, e por ser cria da Fazenda Botafogo, localidade vizinha á Costa Barros.

A polícia considerava o Linho como bandido "liso". Ele tinha pelo menos 3 identidades, e quando se tornou um dos mais procurados do Rio de Janeiro, passou por pelo menos 8 estados e morou em São Paulo. Existiam investigações que o Linho tinha feito pelo menos 3 cirurgias para mudar o rosto. Tudo para não ser capturado fora do Rio de Janeiro.

Separação da união TC e ADA

Segundo investigações, o Linho foi um dos pivôs da briga da antiga união TC e ADA no Rio de Janeiro, que aconteceu entre 2002 e 2003. Após a morte do Uê na rebelião de Bangu em 2002, houve um racha na união e comunidades começaram a se separar.

Houve brigas entre Pedreira e Acari, Maré e internamente no Morro do Dendê, quem saiu da união formou o Terceiro Comando Puro, fundado pelos criminosos Bebê de Acari. Facão, Bizulai do Dendê, Robinho Pinga e Rubinho do Aço.  

Um dos pivôs da separação foi uma suposta traição do Linho em cima do Robinho Pinga. Eles eram compadres e muito amigo, mas como no crime a amizade é rara de se ver, os bandidos de Senador Camará desconfiava da postura do Linho na união TC e ADA.  Suspeitavam que ele queria tomar o Acari do Derico, e expandir os seus domínios da Maré até a Baixa do Sapateiro, que era área do Facão.

Existem boatos que os chefões de Senador Camará dias antes de separar a união, teria convocado uma reunião na comunidade com o Linho. Essa reunião seria uma armadilha para provar sua lealdade. Os líderes do Terceiro Comando não foram, e muito menos o Linho e seus homens apareceram. 

Entretanto, aconteceu um intenso cerco policial exatamente no local da reunião. Os chefões de Senador Camará concluíram que o Linho era traidor, e estaria fechado apenas com a parte do ADA, e decretaram o fim da união a partir.

O desfecho da união não houve guerras nas áreas do Linho, apenas ordenaram que, quem fechasse com o novo TCP, poderia escolher uma favela próxima, e assim aconteceu entre a Lagartixa e o Acari. Quem quis ficar com o Linho, ficou na Lagartixa e os demais foram para o Acari.

Sumiço o possível fim do Linho

O fim do Linho foi em 2003, mas não foi uma morte comprovada, mas ele simplesmente desapareceu da sua casa luxuosa no bairro do Pinheiro na zona sul de São Paulo. 

Ele fez contato com seu irmão e sumiu da casa. Dias depois, um dos braços direitos do Linho, o Bira, entrou em contato com a família e disse que o Linho estava sequestrado e pediram R$ 2 milhões. Em seguida, Bira foi encontrado sem vida, amarrado e enterrado como indigente, mas identificado pelos familiares.

Sete meses após o desaparecimento do Linho, o seu irmão conhecido como Wagner, não quis assumir tudo do irmão e vendeu tudo para os subordinados do irmão, e quem assumiu foi o Sassá, conhecido também como Coroa.

Em 2005, a inteligência da polícia estava investigando o sumiço do Linho, e quando prendia membros da sua quadrilha, apertavam, e todos deixavam claro que tanto o Linho como o Bira, foram mortos pelos membros da própria facção ADA.

A polícia não conseguiu concluir que o Linho estaria morto, porque seus restos mortais não foram encontrados e é considerado desaparecido.